Por Ancelmo Schörner


O ano era 1991, mês de setembro. Autoritarismo, condições de trabalho aviltantes em alguns setores e um salário irrisório eram algumas das situações enfrentadas pela categoria. Neste cenário, algumas lideranças decidiram fundar um Sindicato que defendesse os servidores públicos municipais de Jaraguá do Sul. Foram feitas duas reuniões no Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário de Jaraguá do Sul (Epitácio Pessoa, 345), das quais participaram Ancelmo Schörner, Luiz César Schörner, Stélio João Rodrigues, Eliane Marion de Stefani e Maira Miranda, todos professores. Discutiu-se a idéia da formação de um sindicato e se este seria apenas dos professores públicos municipais ou dos servidores públicos municipais. Depois de várias conversas com outras pessoas, decidiu-se pela formação de um sindicato dos servidores públicos. Outra reunião foi feita, já no mês de outubro de 1991, e dela participaram as mesmas pessoas citadas acima e mais dois servidores de outras áreas, quais sejam, Cláudio Meirer e Cláudio Shelrost.


Vencida a etapa da organização inicial, começou-se a organizar uma assembléia com todos os servidores públicos com o objetivo de formar,efetivamente, um sindicato. Essa assembléia aconteceu no dia 26 de outubro de 1991 e contou com a participação de 43 servidores. Na assembléia foram eleitas as duas principais linhas de ação do sindicato: lutar por melhores salários e melhores condições de trabalho para a categoria, que na época era composta por aproximadamente 1.300 servidores. Ela aprovou também o Estatuto do Sindicato e tirou nomes para a comissão provisória, que teve como presidente Ancelmo Schörner e vice Francisco José Ramos, ambos professores. Foram escolhidos ainda representantes das Secretarias de Saúde, Obras, Educação e Administração. Essa comissão provisória esteve à frente do sindicato até abril do ano seguinte, quando foi eleita a primeira diretoria do Sinsep/Js, composta de 30 membros e com mandato de 2 anos, e encabeçada por Luiz César Schörner, José Carlos da Silva, Ancelmo Schörner, Eliane Marion de Stefani, Maira Miranda, Mario Moacir Stingher, Terezinha Jochen e Lúcio E. G. Medeiros. Sebastião Redivo, Francisco José Ramos, Angelita de Cássia Burdzak e Renato Stefani, entre outros, compunham a diretoria e tiveram participação efetiva na organização e construção do Sinsep/Js. A primeira diretoria tomou posse no dia 22 de maio de 1992 e teve como principal problema vencer a desconfiança dos servidores em relação ao sindicato, até então visto como lugar de baderna, greves, brigas, confusões.
As primeiras reuniões da comissão provisória e também do Sinsep/Js foram feitas na própria prefeitura, haja vista que não havia dinheiro para se alugar uma sala. Com o tempo, e com as filiações, foi possível alugar uma sala junto ao Sindicato do Mobiliário, contratar um funcionário (Lourival Bier), comprar telefone, um carro e demais equipamentos necessários para o funcionamento do Sinsep/Js. Nos primeiros messes de nossa vida, as contribuições de outros Sindicatos foram extremamente importantes. O Sindicato do Mobiliário nos fornecia material e telefone; o dos Metalúrgicos xérox, telefone e, na pessoa de Antonio Hélio Pereira, editava os nossos boletins; o do Vestuário nos ajudava disponibilizando pessoas para entregar material; o do Comércio da mesma forma. A todos somos gratos pelas inestimáveis contribuições, tanto no sentido material como de afirmação e reconhecimento. Nesse sentido, a pessoa de Luiz Carlos Busana, dos Metalúrgicos, foi imprescindível.


O reconhecimento maior, contudo, veio dos servidores e da sociedade, que via (e vê) a conduta histórica de seus diretores, que sempre primaram pela defesa dos direitos dos servidores, pelas discussões democráticas em suas assembléias e reuniões, no trato com a coisa pública, pela luta incansável junto aos servidores. Nesse sentido, é importante que se diga que muitos servidores, no início de tudo, nem liam os boletins e os jogavam fora na frente mesmo de quem o ia entregar. Hoje, ao contrário, o boletim é visto como um dos instrumentos que unem diretoria e servidores.
Ao longo de sua história, o Sinsep/Js sempre esteve preocupado em discutir com os servidores o papel e a importância do sindicato. Em muitos de seus boletins estava escrito que o sindicato tem um caráter classista, representando, organizando e conscientizando os servidores; que ele deve garantir a democracia da classe trabalhadora em todos os níveis de organização sindical; construir um sindicalismo livre, com a participação de todos os servidores representados e organizados em seus locais de trabalho; construir um sindicalismo independente de partidos políticos e sem qualquer intervenção do Estado ou de governantes.


Com esses propósitos, o Sinsep/JS, nesses 10 anos, lutou pela organização da categoria, mobilizou os servidores por melhores salários e condições de trabalho, assegurou a reintegração de muitos servidores arbitrariamente demitidos, lutou pelo pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade, evitou a demissão de aposentados pela prefeitura, integrou a categoria em toda a microrregião, desenvolveu luta conjunta com os demais sindicatos da cidade, defendeu os servidores em estágio probatório, denunciou a criação ilegal de cargos comissionados, ajudou a implantar a Farmácia dos Sindicatos, esclareceu os servidores sobre legislação, garantiu assistência jurídica, forçou a abertura de negociação com a prefeitura, foi o instrumento de formação política da categoria, ajudou a implantar a Biblioteca do Movimento Sindical e Popular, inaugurada no dia 20 de outubro de 2000 e que funciona junto ao Sindicato da Construção e do Mobiliário, a mesma biblioteca que expôs entre os dias 28 de novembro e 21 de dezembro uma seleção de fotos da coletânea Êxodos, de Sebastião Salgado.


No primeiro mês de mandato de sua primeira diretoria, o Sinsep/Js teve uma reunião com então prefeito Ivo Konell, onde ficou acertado reajustes salariais para a categoria. Essa mesma diretoria discutiu com a prefeitura o regime a ser adotado pela prefeitura…
O primeiro boletim do Sinsep/Js foi editado e distribuído aos servidores em fevereiro de 1992 e apresentava as dificuldades pelas quais passou o sindicato para se afirmar. Tinha, ainda, informações sobre as eleições de abril e uma nota sobre a importância da sindicalização, além de avisar que a partir de maio já havia expediente no sindicato diariamente das 8 às 10 horas da manhã.
A primeira assembléia do Sinsep/Js foi realizada no dia 8 de Julho, no auditório do Sindicato da Construção e do Mobiliário, e tinha como ponto de pauta principal a questão da contribuição financeira de cada sindicalizado, que naquele momento ficou estabelecida em 0,30% do salário (esse valor foi alterado para 1% em maio de 93). Além disso, discutiu-se a necessidade de arrecadar fundos a partir da reversão salarial, o que iria garantir o funcionamento do sindicato.


A trajetória do Sinsep/Js foi marcada, também, por discussões políticas, sociais e econômicas mais amplas, isto é, por sua participação em debates que iam além da estreita esfera municipal, tais como no Fora Collor e no seu impeachment; combate ao liberalismo econômico; eleições estaduais e nacionais, as mentiras do real, condenando e denunciando atitudes e ações do governo FHC (desemprego, salário mínimo etc) e sua submissão ao FMI (Fundo Monetário Internacional), dia internacional da mulher, massacre dos trabalhadores sem terra em Eldorado de Carajás, no dia 17 de maio de 1996, “comemorações” em torno do Primeiro de Maio, teve participação efetiva na criação do CDH/JS (Centro de Direitos Humanos de Jaraguá do Sul), esteve ao lado dos comerciários em sua luta pelo fim do trabalho aos domingos e prestou solidariedade aos ex-trabalhadores da Jaraguá Frabril/Guaratex, que foram demitidos e não tiveram seus salários e demais verbas rescisórias pagas em 1998, na criação da Farmácia dos Sindicatos, em julho de 1998, iniciativa que visa reduzir os custos na compra de medicamentos, denúncia das condições de vida de pessoas que moram pelas ruas de Jaraguá do Sul, as condições do transporte coletivo de Jaraguá do Sul (incluindo o preço da passagem), solidariedade ao MST (entregando roupas e comida para assentados) e aos moradores das proximidades da Br 280 (Guaramirim) e saída para Corupá, discutiu as ações e políticas do governo Amim contra os catarinenses, principalmente os funcionários públicos, discutiu os processos eleitorais nacional e estadual, apresentando posições claras e defendendo os trabalhadores, os servidores, enfim, todo o povo brasileiro, condenou as privatizações, esteve presente na Marcha dos 100 mil em Brasília, realizada no dia 26 de agosto de 1999, maior manifestação já realizada contra o governo FHC e suas políticas neoliberais, e na Marcha contra a corrupção, do dia 27 de junho de 2001, participou ativamente do Grito dos Excluídos, que aconteceu no dia 6 de setembro de 2001, discussão em torno das inúmeras obras eleitoreiras levadas a cabo por Irineu Pasold para se eleger prefeito em 2000, questões que foram discutidas em seus boletins. E mais: esteve atento aos problemas do INSS, ao problema do Hospital Municipal Santo Antônio, de Guaramirim…ao lado dos servidores quando lhes foi cortado o vale-transporte (governo Durval Vasel)… denunciando irregularidades, como no caso da Vereadora Marilze D. Marquardt, que em agosto de 1993 trocou o PMDB pelo PTB (partido do então prefeito Durval Vasel) e em setembro recebeu salário pago pela prefeitura no valor de CR$ 98 mil.


Ele esteve, também, sempre atento para todas as questões que diziam respeito aos servidores, e todas as oportunidades se colocou à disposição dos mesmos, garantindo assessoria jurídica em casos como a entrada na justiça, em 1992, para conseguir reajuste no FGTS; dos servidores que entraram na justiça em 1992 para garantir pagamento de insalubridade e periculosidade (causa ganha em julho de 1999). Porém, a prefeitura não entendeu assim e recomendou à Procuradoria que impugnasse os valores, alegando erro na perícia.
O ano de 93 começa com um novo governo no poder. Eram os tempos do Durval Vasel. No seu primeiro boletim daquele ano, o Sinsep/Js reafirmava sua disposição inicial: “continuar a luta em defesa dos direitos dos servidores, continuar a luta por melhores condições de trabalho, democracia, respeito ao Servidor e salário”. Em relação à questão da democracia, uma das lutas do Sinsep/Js foi a por eleições diretas para os diretores das escolas públicas municipais, o que não foi conseguido até hoje, por se tratar, na mesquinha visão dos prefeitos, de um espaço de manutenção de sua autoridade na educação, isto é, ele indicam que eles querem e conseguem, assim, afirmar sua posição de poder nas escolas, nas comunidades. Diante disso, essa é um luta que não foi abandonada e está sempre na pauta do Sinsep/Js.

Denúncias: chefes autoritários, escolas sem condições, salas superlotadas, falta de segurança no trabalho, falta de diálogo da prefeitura e seus secretários com o Sinsep/Js….. abusos do poder…. problemas com os professores do supletivo (em abril de 1993)…nepotismo de alguns prefeitos (principalmente Durval Vasel – conforme boletim 1, de agosto de 93)… falta de condições no transporte dos servidores de obras…benefícios privados dos cargos públicos, como foi o caso do então secretário Irineu Pasold em relação às admissões e demissões, cujos exames deveriam ser feitos em seu laboratório de análises clínicas… demissão de servidores sindicalizados, não pagamento de verbas rescisórias…. servidores que passavam fome nas obras, que não tinham horário definido para almoço e nem lugar para comer…empréstimo da prefeitura junto ao Issem (Instituto de Seguridade do Servidor Municipal) no valor de R$ 1 milhão (fevereiro de 1995) para compra de “maquinário”…discriminação contra trabalhadores idosos… irregularidades nos contratos dos Act (Admitidos em Caráter Temporário)… merendeiras tendo que limpar banheiros…em março de 1996 foi instalado, oficialmente, o Disk-denúncia…troca arbitrária de horários, chefias autoritárias, informações desencontradas, aumento abusivo dos salários dos secretários e arrocho salarial para os servidores… (administração Geraldo Werninghaus). Aliás, o mesmo prefeito recebeu, em 1998, o Prêmio Porco concedido pela Feec (Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses), pelo descaso com o meio ambiente (o mesmo prêmio que foi concedido a FHC no mesmo ano).. denúncias das péssimas condições de trabalho em outras prefeituras…discutiu a questão do Centro de Reciclagem (o lixão)…discutiu a questão dos acidentes de trabalho e da LER (Lesão por Esforço Repetitivo), em seminários…


Apitaço: diante das insistentes negativas do prefeito Durval Vasel em atender os servidores, estes promoveram uma manifestação: o chamado “apitaço”. O fato aconteceu no dia 19 de agosto de 1993, quando o prefeito iniciou um discurso no Ginásio Arthur Muller por ocasião da abertura da fase regional dos Joguinhos Abertos de Santa Catarina. De todo o seu discurso, apenas a frase “jovens atletas” foi ouvida. O resto do discurso foi abafado pelos som de apitos trazidos por manifestantes e também pelos presentes, que aproveitaram para vaiar sistematicamente o prefeito. Além dos apitos, os servidores levaram faixas e cartazes contra o prefeito e seus secretários.
Jornal Tribuna Popular: 93: esteve ao lado dos servidores, publicando matérias assinadas ou divulgando notícias. A favor da permanência de Luiz César no sindicato; contra a falta de negociação por parte da prefeitura; contra as perseguições…; dando ampla cobertura para o Dia de Paralisação (9 de Junho de 1993).


O Sinsep/Jaraguá do Sul sempre esteve atento também aos debates travados na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, pois entendia (e entende) que muito do que lá acontece diz respeito diretamente aos servidores. São vários os exemplos disso. Em março de 93 acompanhamos a discussão sobre o Projeto de Reajuste Salarial e a criação de um Plano de Cargos e Salários; em março de 94 esteve presente nas discussões sobre a implantação do Plano de Cargos e Salários, denunciando os seus inúmeros problemas.
Reivindicações dos professores: elevação do piso salarial, recuperação das perdas salariais, hora-atividade, gratificação por regência de classe, valorização dos professores que lecionam em escolas multisseriadas, valorização das serventes, merendeiras e vigias, melhores condições de ensino, menor número de alunos em sala de aula.


O mês de Junho de 1993 foi um dos mais importantes da história do Sinsep/Jaraguá do Sul. No dia 9 daquele mês foi feita uma paralisação de todas as atividades da prefeitura em defesa dos servidores, apesar de todos os esforços da prefeitura de esvaziar o movimento. Durante todo o dia os servidores estiveram reunidos em assembléia permanente do Sinsep/Js, onde discutiram diversas questões que lhe diziam respeito. Entre elas reajustes salariais, valorização do servidor público, diálogo com a prefeitura…por falar em diálogo, no dia 9 o prefeito e cinco de seus secretários se encontravam pescando no pantanal do Mato Grosso. O dia terminou com uma passeata pelas principais ruas da cidade e uma conversa com algumas pessoas ligadas ao prefeito.


Para a prefeitura e para a imprensa de maneira geral, a paralisação foi um verdadeiro fracasso, pois dela participaram poucos servidores e as escolas tiveram aula normalmente. Muitos dados, contudo, mostram que as coisas não aconteceram exatamente assim. Se é verdade que poucos servidores participaram da paralisação, isso se deu em função de todo um aparato preparado pela prefeitura para colocar medo nos servidores, como as ameaças de demissão e de desconto de dois dias. Além disso, houve uma tentativa da prefeitura, que partiu do secretário geral, José B. de Campos, de se filmar a assembléia para fins de pressões futuras.


As escolas que funcionaram normalmente, assim o fizeram, mas não teve aula. Exemplo disso foi que nas escolas Jonas Alves de Souza, Anna Towe Nagel, Cristina Marcatto, Rodolfo Dornbusch, Alberto Bauer (supletivo) e Guilherme Hannemman, os alunos apenas ficaram na escola jogando bola, comendo pirulito, assistindo vídeos etc. Porém, a vitória maior foi ter mostrado para toda a cidade que o prefeito não valorizava os servidores, que ele estava pescando ao invés de estar preocupado com a cidade, que ele não reconhecia o Sinsep/Js; mais coisas….muitos professores, com medo de serem demitidos, trabalharam de luto, o que também evidenciou solidariedade para com o movimento. E mais, a paralisação vinha sendo discutida desde o início do mês de maio de 1993, o que nos permite entender que houve uma verdadeira campanha de conscientização dos servidores em relação a toda a situação da prefeitura.


Reivindicações: (agosto de 93): reposição todas das perdas (39,96%), reajuste mensal, de acordo com a inflação; data-base; democracia no serviço público, implantação do Plano de Cargos e Salários e regime Único com participação dos servidores, eleição direta para diretores de escolas e creches como forma de aprofundar o processo democrático e participativo nas escolas da rede municipal.
Muitas delas continuaram sempre presentes ao longo do tempo, ao longo de outras administrações…participação efetiva dos servidores no Issem.
No início do ano de 1993 (9 de dezembro) aconteceram eleições para a direção do Sinsep/Js. Ao longo de sua história, essa foi a mais acirrada, pois concorreram nela dois candidatos, sendo um deles francamente apoiado pelo prefeito municipal, Durval Vasel. Todo o processo eleitoral foi marcado por ameaças e perseguições por parte da prefeitura. No final, a chapa liderada por Luiz César Schörner venceu as eleições com uma diferença de 178 votos, mostrando para toda a sociedade, para a prefeitura e para os servidores que as lutas iriam continuar. Entre os principais eixos de luta, estavam os seguintes: o aumento no número de sindicalizados, a formulação de uma política salarial, a conquista da data-base e a organização por local de trabalho.


Filiações ao Sinsep/Js: luta por melhores condições de trabalho e salário para os servidores, informações permanentes sobre o que diz respeito ao servidores, fiscalização sobre o emprego do dinheiro público, assessoria jurídica trabalhista ao servidor, homologações das rescisões dos contratos de trabalho, convênios (médicos, dentistas, laboratórios etc).
Cursos: como funciona a sociedade, comunicação e expressão…1994; Seminário de Planejamento, que definiu diversas formas de mobilização, no dia 20 de março de 1999; seminário de planejamento (dia 17 de março de 2000).
Servidores do Samae no Sinsep/Js: março de 1994…47 servidores…que desde outubro de 93 faziam parte da base do Sinsep/Js.
Quando foi implantado o Regime Jurídico na prefeitura, muitos servidores não optaram e permaneceram celetistas. Isso gerou uma diferenciação salarial muito grande e a prefeitura se negava a fazer a equiparação. Em razão disso, no dia 15 de agosto de 1994 aqueles servidores iniciaram uma greve que durou vários dias. Foram cerca de 200 servidores em greve nesse período…esses dias foram extremamente significativos para o Sinsep/Js, pois reafirmou sua condição de verdadeiro defensor dos interesses dos servidores, seja qual for a situação em que se encontram. Outro fato marcante daqueles dias foi a “inauguração” da Praça da Fome e da Miséria, que tinha sido construída por muitos dos servidores em greve, hoje denominada Praça ngelo Piazeira.


Como resultado da greve do dia 15, todos os servidores tiveram um aumento de 15% em seus salários e o Sinsep/Js iniciou uma campanha jurídica pela equiparação (ingresso de ações coletivas contra a prefeitura exigindo a equiparação). Isso de fato aconteceu no dia de fevereiro de 1995, quando a Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul aprovou a equiparação salarial entre servidores celetistas e estatutários.
O ano de 1994 também foi importante porque marcou o início da extensões de base. O primeiro município a se juntar aos servidores jaraguaenses foi o de Guaramirim, que depois de uma greve conseguiram um aumento de 37% em seus salários. A assembléia que decidiu isso foi feita no dia 12 de agosto de 1994 e contou com a presença de aproximadamente 100 servidores. Depois vieram os servidores de Corupá (6 de novembro de 1995), cuja sub-sede foi inaugurada em junho de 1996, Schroeder (que teve sua coordenação criada em abril de 1999) e Massaranduba. Ver a ordem…a assembléia que determinou a extensão foi realizada no dia 12 de novembro de 1994 e desencadeou uma série de ações com o objetivo de equiparar salários dos diversos municípios, conseguir o Estatuto do Magistério. Por exemplo. Em março de 1995 o piso salarial de um servidor de Jaraguá do Sul era de R$ 212,00 e o de Guaramirim era de R$ 157,00. Além disso, esses municípios começaram a lutar por sua Convenção Coletiva de Trabalho, ampliando e garantindo direitos.


Em março de 1996 o Sinsep/Js começou a descentralizar o atendimento aos servidores daqueles municípios. Entre os principais serviços prestados, estão/estavam o de orientação em relação aos seus direitos e deveres e de encaminhar para as devidas medidas casos de não-cumprimento dos direitos. Além disso, buscava levar a todos os servidores a atuação do sindicato.
Em fevereiro de 1995 o professor Stélio João Rodrigues assumiu a presidência do Sinsep/Js, dando razão à proposta da diretoria eleita em 1993 de realizar um rodízio na sua direção.


Em busca de uma central combativa. No mês de novembro de 1995, o Sinsep/Js promoveu um seminário sobre Central Sindical e Reforma administrativa, que contou com a participação de servidores de Chapecó. A idéia de seminário era debater questões referentes à reforma administrativa encaminhada por FHC e debater a filiação do Sinsep/Js à uma central sindical.


Dezembro de 1995: sindicalização dos servidores da Codejas (Companhia de Desenvolvimento de Jaraguá do Sul) ao Sinsep/Js. São cerca de 200 servidores que estão oficialmente representados pelo Sinsep/Js.

Início de 1996: propostas encaminhada para a prefeitura: vale-transporte (que foi instituído em abril de 1996), instituição do mês de maio como data-base da categoria, reativação da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), cesta básica aos servidores, adicional de 40% aos servidores que trabalham em áreas insalubres, 70% de acréscimo sobre as horas-extras.
No ano de 1996 o Sinsep/Js conquista mais um espaço de atuação: a participação de seus membros no Issem (Conselho Deliberativo – Stélio João Rodrigues – e Conselho Fiscal – Dionei Walter da Silva).


O mês de agosto de 1996 é marcado por uma ampla mobilização do Sinsep/Js, agora em torno da defesa do Issem contra a prefeitura, que tinha mandado um projeto de lei em caráter de urgência para a Câmara de Vereadores com vistas a modificar a estrutura do Issem e criar o Fundo Municipal de Previdência Social, passando à prefeitura o dinheiro arrecadado com a área previdenciária. Entre outras coisas, a prefeitura pretendia resolver o problema do calote previdenciário que estava dando no Issem, ou seja, desde março daquele ano ela não repassava a contribuição patronal de 14% para o instituto e desde maio ela descontava, mas não repassava os 12% de contribuição do servidor.


Diante disso, o Sinsep/Js dá início à uma ampla campanha de mobilização, que incluía assembléias e acompanhamento das seções da Câmara dos Vereadores, que iriam votar o projeto. Na primeira votação, dia 9 de setembro, o projeto foi votado e aprovado por 7 votos a 6. contudo, o “grande” dia ainda estava por vir. O dia 12 de setembro foi marcado pela “invasão” da Câmara de Vereadores por cerca de 200 servidores, lideranças sindicais e populares. Em função disso, a polícia militar foi chamada para garantir a segurança dos vereadores (sic). De uma lado os servidores e seus protestos contra os vereadores que se propunham a votar o projeto, de outro a polícia fazendo o seu papel de repressão, jogando, inclusive, gás lacrimogêneo sobre os presentes como forma de garantir que a seção acabasse em ordem, isto é, de acordo com aquilo que o prefeito queria, como de fato aconteceu, o que permitiu à prefeitura se apossar de cerca de R$ 5 milhões. Os vereadores que votaram a favor do projeto foram: Rosemeire Vasel, Afonso Piazera Neto, Adalberto Franckoviak, Evandro Tomazini Liscano, Luiz Zonta, Marilze Marquardt, Rodolfo Guesser (todos do PTB) e José Ramos de Carvalho, do PPB. Contrários ao projeto votaram Augusto Muller (PFL), Flávio Hornburg (PMDB), Gilmar Menel (PPB), Paulo Ademir Floriani (PPB), Pedro Garcia (PMDB) e Wigando Mayer (PPB).


Em relação à isso, é importante que se diga que o Sinsep/Js entrou com uma ação contra a prefeitura municipal, que foi condenada a devolver o dinheiro no final do ano de 1998 por decisão do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Contudo, tal fato só se efetivou em janeiro de 2000.
Em 29 de novembro de 1996 Stélio João Rodrigues é eleito presidente do Sinsep/Js, com 95% dos votos válidos. A nova diretoria foi renovada em 70% e entre suas propostas de luta estavam: a reestruturação das Cipas, eleição direta para diretor de escola e creche e revisão dos Estatutos Dos servidores públicos municipais, além da administração participativa no Issem.


Em 1997 o prefeito era Geraldo Werninghaus (PFL) e as coisas não mudaram, ou seja, o desrespeito aos servidores e ao Sinsep/Js continuou, como denunciou o boletim nº. 52 de fevereiro de 1997. ou, ainda, a negativa em receber os servidores para negociar a pauta de reivindicações protocolada na prefeitura no dia 24 de abril de 1996.


Nunca conseguimos liberação do presidente do Sinsep/Js…autoritarismo, despotismo, criando empregos para chefes sem subordinados, pagando chefias a setores que sequer existem, transferindo a prefeitura para longe do centro, obrigando servidores a gastar mais com transporte e alimentação, imposições toda ordem, não admitindo oposições e nem divergências, secretários que não atendiam os servidores, controle sobre os vereadores: essas foram as marcas do governo Werninghaus e Irineu Pasold (PSDB).


Irineu: mesma postura como prefeito eleito…se negava/nega a atender os servidores (a não ser quem eles querem que vão à audiência)…
Pauta protolocada na prefeitura no início do governo Irineu Pasold e não atendida: nem teve audiência: abertura de negociação permanente, liberações de dirigentes sindicais, reformulação do Estatuto do ISSEM, reformulação do Estatuto dos Servidores e do Magistério, ponto facultativo, imposto sindical e aposentados…


A insistência do prefeito Pasold em não negociar, em não receber o Sinsep/Js, desencadeou uma campanha denominada “Eu quero falar com o prefeito”, onde todos os servidores ligariam para a prefeitura e pediriam uma audiência. A campanha surtiu efeito e a audiência foi marcada para o dia 14 de maio de 1999, na qual foram discutidos os diversos pontos apresentados na pauta protocolada no início do governo Pasold.
Sindicalizações: 50% da categoria estava sindicalizada em dezembro de 1998.


Denunciando os diversos “trens da alegria” promovidos por vários prefeitos municipais…(Vasel e Pasold, principalmente) e os funcionários fantasmas, tal como no caso Amandus Klabunde, em agosto de 1993.


Eleições do dia 25 de fevereiro de 2000: Idinei Petry, a Nei, presidente…a chapa única foi eleita com 96% dos votos válidos…
Atualmente está participando ativamente, através de seu diretor Rogério Luís Muller, do Conselho de Administração do Fundo Municipal de Previdência Social, contribuindo, assim, para impedir que a prefeitura privatize o fundo.

(Revisão e atualização em andamento)